12 julho 2016

"Nós, Diabo na Cruz, andamos a tratar Portugal como um país de campeões há muitos anos"



Numa entrevista à Rádio Telefonia do Alentejo na tarde de hoje, Jorge Cruz falou do seu vínculo à região alentejana, dos locais onde encontra inspiração para a música que escreve, do sonho português, entre outras coisas:
«Em muitas músicas escritas para Diabo na Cruz eu acabo por ter que me deslocar para estar sozinho e me concentrar. Para além da paixão e da inspiração que tanta gente sente, tal como eu, pela terra alentejana, eu trabalho muito no Alentejo. A Vida de Estrada foi escrita em Alpalhão, quis que fosse uma música que falasse ao mesmo tempo daquilo que nós fazemos, que é mostrar a nossa música na estrada, mas também falar da necessidade de escape, da nossa e das outras pessoas. Para muita gente das grandes cidades, uma das formas da escapar é viajar para o Alentejo, portanto se calhar foi isso que me inspirou para escrever a canção a partir do Alentejo.» 
«O Janita e o Vitorino, pessoas que eu muito admiro e com quem aprendi, quer ouvindo os discos, quer às vezes em conversas e encontros, têm em quase todos os discos uma música chamada Saias. Saias é uma moda que em zonas diferentes do país é utilizada com melodias e letras diferentes. Nós temos algumas músicas que têm títulos de modas tradicionais, mas que depois fazemos completamente à nossa maneira — o Siga a Rusga também faz a mesma coisa. E esta Saias basicamente pegou numa chamada da música tradicional e de repente comecei a escrever sobre saias assim, saias assado, e é uma música de homenagem à mulher portuguesa.» 
«Heróis da Vila é uma música sobre viver no interior, sobre viver em sítios isolados onde não acontece tanta coisa, mas há um jovem rebelde que acredita que um dia pode vir a ser uma estrela de rock. É sobre o sonho português e também o sonho que nos alimentou a nós para termos uma banda.» 
«A nossa diferença é sermos portugueses. Somos diferentes dos outros, mas somos muito parecidos uns com os outros. Nós, Diabo na Cruz, andamos a tratar Portugal como um país de campeões há muitos anos.»

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