31 outubro 2016

José Salgueiro sobre Diabo na Cruz

José Salgueiro, músico ligado aos Trovante e Gaiteiros de Lisboa (entre muitos outros), e que tem trabalhado no Festival da Lusofonia, em Macau, falou numa entrevista sobre as bandas que incorporam as raízes portuguesas na sua música:
Em relação à evolução da música portuguesa, que análise faz?
Obviamente foi evoluindo também, digamos que não estoirou, mas já existem muitos grupos. Muitos deles têm vindo a Macau, quando há Festival da Lusofonia e não só, o Instituto Cultural também traz imensos grupos. Há uma apetência grande para ir buscar sempre as raízes para a música comercial.

E isso agrada-lhe.
De alguma forma sim, desde que seja bem feito – é uma questão também de gosto. Mas temos os casos dos Virgem Suta e Diabo na Cruz, que são grupos que vêm do rock mas que, ao mesmo tempo, incorporam não só literatura portuguesa, como as próprias raízes musicais: os ritmos, as formas. Há muita coisa a acontecer e isso agrada-me bastante.
Quando Diabo na Cruz esteve em Macau, no Festival da Lusofonia, isto aconteceu:

João Gil na festa-funeral da Amor Fúria


A editora Amor Fúria vai encerrar actividade e o seu funeral é hoje celebrado no Musicbox, em Lisboa. Para o efeito foi criada uma banda chamada Real Orquestra do Campo Grande, que interpretará o repertório da editora e conta com João Gil (Diabo na Cruz) nas teclas, Pedro Lucas (Os Velhos) na bateria, Tiago Brito (Capitães da Areia) na guitarra e Manuel Fúria (Os Golpes) no baixo.

28 outubro 2016

Resultados: Melhor canção do álbum Diabo na Cruz (que não foi single)

Do álbum Diabo na Cruz brotaram quatro singles, mas haveria muito mais por onde escolher. O grande vencedor, com metade dos votos, foi Duzentas Mil Horas, o tema que abriu praticamente todos os concertos da digressão deste ano. Em segundo lugar, um empate (16%) entre Armário da Glória e Mó de Cima, dois momentos igualmente importantes no alinhamento dos concerto de Diabo na Cruz. Amélia ocupa o terceiro lugar do pódio (9%).

25 outubro 2016

Novo livro com prefácio de Jorge Cruz

Jorge Cruz foi convidado a escrever o prefácio de Todos Iguais, Poucos Diferentes, um livro de Morais de Carvalho publicado recentemente pela Chiado Editora.

A obra, que retrata a vida de um doente mental, incide no lugar fronteiriço entre sanidade e insanidade e questiona quanto disso é determinado pela sociedade.

O prefácio do livro tem como mote Os Loucos Estão Certos, uma canção "feita quase sem querer". Jorge Cruz fala sobre pessoas com quem se cruzou e que viriam a figurar em canções de Diabo na Cruz — como o "Guru", que conheceu no Porto e foi parar ao Corridinho do Verão ou o homem condenado a ser filho quando o seu sonho maior era ser pai. Um excerto do prefácio:
«(...) Hoje em dia, em festivais e feiras de Portugal por onde passamos, há centenas de pessoas de todas as idades que já cantaram “O Guru vem arranjado/ O luar está bonito!” do ‘Corridinho de Verão’, que sabem a letra d’Os Loucos Estão Certos’ e já me substituíram no refrão para gritar “Já que a borga continua/ Seja o filho avô do pai!”. Há gente que faz coreografias e desenha ondas e comboios humanos ao som dessas e de outras músicas inspiradas por dias assim e pessoas como estas de que aqui vos falei. Há até quem me contacte para escrever prefácios de livros! Tudo aquilo que antes parecia impossível, entretanto, tornou-se normal… ou louco… conforme a perspectiva. 
«Escrevi ‘Os Loucos Estão Certos’ quase sem querer, de um jorro, estacionado junto aos bombeiros da Rua das Flores, no Chiado. A frase título soou-me bem, fiz a canção e nunca mais pensei sobre o assunto. Se tivesse de analisá-la diria que é uma canção sobre não pertencer. É uma canção sobre mudar de perspectiva em relação ao discurso vigente. Sobre a iluminação de poder ver o mundo de uma outra maneira. É também sobre a hipocrisia alojada nas traseiras do quotidiano. Sobre o sofrimento. Sobre família e religião. No fundo, é sobre a incoerência e a imperfeição de ser-se humano. (...)»

Comprar: Chiado Editora / Wook / Bertrand / Fnac

Votação: Qual é a melhor capa?

Não se deve julgar um disco pela capa, mas as capas representam, à primeira vista, uma declaração de intenções. Qual é a vossa preferida?





Virou! - ilustração de Paulo Ribeiro
Roque Popular - ilustração de Nuno Saraiva
Diabo na Cruz - bordado de Ana Saramago, logotipo de Paulo Ribeiro

24 outubro 2016

Novos vídeos: Cassete Pirata + YCWCB

Os Cassete Pirata, que contam com João Pinheiro na bateria, estreiam-se com "Outra Vez", o single de apresentação de um EP que chegará em breve:



"Pro Procastinator" é o novo single do álbum Marrow dos You Can't Win, Charlie Brown, o disco mais vendido em Portugal na semana passada:

20 outubro 2016

A viola braguesa em Diabo na Cruz


Num artigo sobre a viola braguesa, publicado recentemente pelo site Portugal Num Mapa, fala-se da importância de Diabo na Cruz e de Sérgio Pires para a revitalização do instrumento na música moderna portuguesa:
«Mas a mola que a fez saltar para outra gente foi a forma como os Diabo na Cruz a conseguiram encaixar, e bem, numa banda que, tendo inspiração no folclore português, toca fundamentalmente rock. Primeiro pela mão de B Fachada, e agora através do inspiradíssimo instrumentista nortenho Sérgio Pires, a Braguesa entrou para novos ouvidos, uns que, quase de certeza, manteriam a sua ignorância em relação à existência de tal instrumento, não fosse tão harmoniosamente cruzado com a energia de uma guitarra e um baixo eléctricos.»

19 outubro 2016

Vídeo: Cristina Branco - Boatos



"Boatos", canção com letra e música de Jorge Cruz, é o novo single de Cristina Branco, o segundo extraído do álbum Menina:

Cristina Branco - Boatos
Letra e Música: Jorge Cruz

Dizem por aí
Desde o dia em que apareci
Que não há um lar seguro na cidade
Muito patois se ouve no salão de chá
Sobre o que esta sabe e a outra ouviu dizer

É o senhor doutor, é o juiz, é o prior
O que não falta é suspeitos das andanças
Tudo o que é marido
Pelos vistos, eu persigo
Até me chamam menina das alianças

Mas são boatos, são só boatos
Ninguém sabe quem eu sou
O que eu faço, de onde vim
São boatos, são só boatos
Todos falam mas ninguém conhece os factos
Não passam de boatos

Dizem que conheço camas grandes de mansões
Apesar de ter um pobre apartamento
Na Rua de São Brás,
Vinte e Sete, Quinto Trás
Onde o escândalo vem a acontecer

Homens bem casados
Diz que esbanjam ordenados
Em floristas, jóias, prendas e jantares
Agem sem alarde, mesmo quando chegam tarde
Têm sempre um álibi para escapar

Qual a verdade?
O que é que importa
Se fico só quando chega o amanhecer
Resta-me o pouco que me bate à porta
E se alguém me perguntar
Ainda tenho de dizer

Que são boatos, são só boatos
Ninguém sabe quem eu sou
O que eu faço, de onde vim
São boatos, são só boatos

Teorias, fantasias, aparatos
Devaneios, mexericos, desacatos
Todos falam mas ninguém conhece os factos
Não passam de boatos

You Can't Win Charlie Brown são número 1


Marrow, o novo álbum dos You Can't Win Charlie Brown (a outra banda de João Gil), entrou esta semana directamente para o primeiro lugar da tabela dos álbuns mais vendidos em Portugal.

Comprar/Ouvir: CD / Vinil / iTunesSpotify

16 outubro 2016

Manuel Pinheiro, o desenhador de som

Além de se distribuir por uma miríade de máquinas e instrumentos em Diabo na Cruz, Manuel Pinheiro é também técnico de som de outras bandas e tem trabalhado como sonoplasta para teatro, dança e artes sonoras. Neste novo vídeo podem ver o trabalho que fez como sound designer para a coreógrafa Valeria Caboi:

Novos discos com os dedos de João Gil

No espaço de um mês, surgem três novos discos com as contribuições de João Gil:


JOANA BARRA VAZ
Mergulho em Loba
É o álbum de estreia da cantora, compositora e realizadora Joana Barra Vaz e o segundo registo de uma trilogia com uma forte influência geográfica (neste caso: o mar). Foi editado a 30 de Setembro. João Gil toca guitarra acústica e guitarra eléctrica.

YOU CAN'T WIN, CHARLIE BROWN
Marrow
É o terceiro disco dos You Can't Win, Charlie Brown, a outra banda de João Gil. Gravado no estúdio HAUS, com mistura de Luís “Benjamim” Nunes e masterização de Alan Douches, foi editado a 7 de Outubro.



CAPITÃO CAPITÃO
32
O primeiro longa duração do pseudónimo musical de J.P. Mendes chega a 28 de Outubro. João Gil co-produziu o álbum e tocou teclados e baixos. Para trás Capitão Capitão tem dois EPs, um deles gravado e produzido por Bernardo Barata.

15 outubro 2016

Hoje: OIOAI + TV Rural

É a maior concentração de elementos de Diabo na Cruz desde o último concerto de Diabo na Cruz. Os OIOAI e os TV Rural sobem hoje ao palco do Popular Alvalade, em Lisboa. Entre as duas bandas encontra-se Bernardo Barata, João Gil, João Pinheiro e Manuel Pinheiro. As portas abrem às 22.00 e a entrada custa 6€.

14 outubro 2016

Exposição de Nuno Saraiva na Casa da Imprensa


A exposição Fónix do artista Nuno Saraiva vai estar na Casa da Imprensa, em Lisboa, até ao final deste mês. Algumas das ilustrações que aí podem ver pertencem ao álbum Roque Popular, entre elas a capa. Sobre essa ilustração criada por Nuno Saraiva, Jorge Cruz disse numa entrevista:

«O trabalho do Nuno correspondeu totalmente à nossa idealização de uma imagem para este disco. Partimos da vontade de citar o London Calling no meio de montes alentejanos, e o Nuno acrescentou a ideia da terra a ruir e acabou por se chegar a uma imagem simbólica com várias leituras possíveis, que é o mais interessante. Queríamos uma capa mais complexa do que a do primeiro disco mas sem perder a capacidade de nos representar e de representar o nosso som.»



Mais sobre Nuno Saraiva: Wikipédia | Facebook | Cargo Collective | Blog

13 outubro 2016

Jorge Cruz: "Bob Dylan é o pai da canção como nós a conhecemos"


Jorge Cruz esteve hoje na Antena 3 a falar sobre Bob Dylan, o primeiro músico a vencer o Prémio Nobel da Literatura:

 
Tu próprio mestre das palavras nas tuas letras, o que é que te parece este Nobel a Bob Dylan?
É uma notícia maravilhosa, uma alegria muito grande para mim como fã. Metade das coisas que eu sei sobre a vida foi esse senhor que ensinou.

Que coisas da vida te ensinou Bob Dylan?
Epá, a minha vida é fazer canções, por isso eu acho que isto é um prémio que elogia a dignidade e a obra artística que é a canção e as possibilidades que o Bob Dylan abriu para toda a gente. Ele é o pai da canção como nós a conhecemos. É um artista complexíssimo, que viveu fases muito diferentes. Ainda agora vi as notícias e estava a dar o Blowin' In The Wind, ele a cantar com 22 anos... O homem tem 75 anos, reduzir o que ele fez a um cantor folk com uma harmónica e uma viola acústica é um equívoco. O que ele fez tem alimento para carreiras e carreiras de escritores de canções pelo mundo fora.

Já tiveste oportunidade de o ver ao vivo?
Vi-o em Vilar de Mouros, vi no Alive, e em 90 e pouco no Pavilhão de Cascais. Ele é gajo para ter dado grandes performances ao vivo e eu já vi várias, mas sempre na televisão e no YouTube ou nos DVDs. Não vi grandes concertos dele ao vivo. A performance para ele é respirar, por isso aquilo não tem os altos e baixos que se calhar estamos à espera de um concerto convencional.

Há muita polémica à volta de um homem da música ter ganho um prémio de literatura...
Acho isso uma grande parvoíce. Lá está, acho que isto é um prémio à canção enquanto obra de arte e enquanto obra literária. Os poetas já ganharam o prémio, já houve até encenadores ou escritores para teatro que ganharam o prémio. A canção não é uma brincadeira, mexe nas nossas vidas. O Dylan é claramente a pessoa certa para representar a canção enquanto forma artística, por isso eu acho que isto é um prémio para todas as pessoas que fazem canções com melodias e letras e portanto é um prémio para uma classe.

Tens alguma canção do Dylan que possas considerar a tua preferida?
Eu gosto muito da última fase dele, a partir de 1997, do álbum Time Out of Mind. Eu diria que ele tem cinco fases diferentes e que cada uma dessas fases há-de ter 10 a 20 músicas universais. Desta última fase eu escolheria o Ain't Talkin'.

08 outubro 2016

As melhores canções sobre o Porto

A edição deste mês da revista Time Out Porto seleccionou as 20 melhores canções sobre o Porto do século XXI. Entre elas está "Chegaram os Santos" de Diabo na Cruz e a "Canção Desta Cidade" de Jorge Cruz:

07 outubro 2016

You Can't Win Charlie Brown: novo disco nas lojas

Os You Can't Win, Charlie Brown (a outra banda de João Gil) editam hoje o novo disco Marrow:

Comprar/Ouvir:
CD / Vinil / iTunesSpotify

Próximos concertos:
13 Outubro - Lux Frágil (Lisboa)
22 Outubro - Casa das Artes (Famalicão)
1 Novembro - Cine-Teatro Louletano
12 Novembro - CineTeatro António Lamoso (Santa Maria da Feira)
3 Dezembro - Centro Cultural (Ílhavo)

05 outubro 2016

15 de Outubro: TV Rural + OIOAI

TV Rural
Os TV Rural (onde estão os irmãos Pinheiro) e os OIOAI (cuja nova formação inclui Bernardo Barata, João Gil e João Pinheiro) vão partilhar o palco no dia 15 de Outubro. Os concertos acontecem no Popular Alvalade, em Lisboa, a partir das 22h.

04 outubro 2016

Próximos concertos: YCWCB e Cassete Pirata

You Can't Win, Charlie Brown
Enquanto Diabo na Cruz faz uma pausa da estrada para preparar novidades, os seus elementos continuam ocupados com outros projectos. Os Cassete Pirata (que contam com a bateria de João Pinheiro) e os You Can't Win, Charlie Brown (onde está João Gil) têm as agendas preenchidas:

Cassete Pirata
9 Outubro - Cine-Teatro Sousa Telles (Ourique)
29 Outubro - Santo (Santarém)
3 Novembro - O Nariz (Leiria)
4 Novembro - Salão Brazil (Coimbra)
5 Novembro - Café Concerto (Pombal)
11 Novembro - O Novo Casa do Povo (Ovar)
19 Novembro - Sé La Vie (Braga)
20 Novembro - Casa do Livro (Porto)
30 Novembro - Lisboa

You Can't Win, Charlie Brown
13 Outubro - Lux Frágil (Lisboa)
22 Outubro - Casa das Artes (Famalicão)
1 Novembro - Cine-Teatro Louletano (Loulé)
12 Novembro - CineTeatro António Lamoso (Santa Maria da Feira)
3 Dezembro - Centro Cultural (Ílhavo)
19 Janeiro - Centro Cultural de Belém (Lisboa)

TOP 15: 3 discos com canções de Jorge Cruz


Entre os 15 discos mais vendidos em Portugal, três contêm canções com letra e música de Jorge Cruz: Dia de Folga em Moura de Ana Moura, Boatos em Menina de Cristina Branco e Meu Amor de Longe em Raquel de Raquel Tavares:

Top 15 - Semana 39
1. SHAWN MENDES - Illuminate
2. PANDA E OS CARICAS 3 - Panda e os Caricas 3
3. BRUCE SPRINGSTEEN - Chapter and Verse
4. ANA MOURA - Moura
5. ANTÓNIO ZAMBUJO - Rua da Emenda
6. NICK CAVE & THE BAD SEEDS - Skeleton Tree
7. MARIZA - Mundo
8. AGIR - Leva-me a Sério
9. ANA MOURA - Desfado
10. C4 PEDRO - King CKWA - Ao Vivo no Campo Pequeno
11. PALAVRA CANTADA - Palavra Cantada
12. FÁBIA REBORDÃO - Eu
13. MARIZA - Best Of
14. CRISTINA BRANCO - Menina
15. RAQUEL TAVARES - Raquel

03 outubro 2016

Diabo no Porto: reportagem do Palco das Artes


«O dia era do Rock Popular! Demoraram “duzentas mil horas” a entrar em palco, mas finalmente fez-se luz. A fasquia estava alta e não podiam falhar. De mansinho vão ocupando as suas posições no palco para, logo a seguir, iniciarem uma explosão que durou até ao fim. Sempre contagiantes, ora pelas letras que lhes são características, ora pela própria presença em palco, puxaram os galões dos instrumentos tradicionais portugueses para reforçarem o impacto de cada música. Incansáveis, tocaram o que lhes apeteceu… Vida de Estrada, Dona Ligeirinha, Moça Esquiva tiveram a forte colaboração do público. 
Talvez por terem anunciado ser este o último espetáculo de uma digressão que dura já há 3 anos, deixaram em palco o suor de um grande final. Retiram-se para “começar de novo” (palavras de Jorge Cruz), deixando tantos quantos presenciaram este espetáculo com curiosidade para ver o que aí vem. Era a vitória do Rock Popular e o público festejava com o tradicional “comboínho”… Estranho para quem lê, mas fascinante para quem esteve lá e assistiu. Era a música do povo reinventada! O Diabo estava na Cruz, mas também encarnado em cada elemento da banda. Foram grandes! … não, enormes! …não, GIGANTES!» Palco das Artes

Cristina Branco: "O Jorge Cruz é um grande autor"

Cristina Branco regressou à TSF para falar sobre as canções do seu novo disco. Entre elas, "Boatos", a canção de Jorge Cruz:
Mário Dias: Eu escolhi para fecho talvez o tema que eu acho mais divertido do disco. Adivinha qual é...
Cristina Branco: É o "Boatos", só pode!
MD: Exactamente. "Boatos", que tem uma letra divertidíssima, que é subversiva, digamos, em termos de costumes.
CB: Sim, mas é uma coisa que acontece em todo o lado, é o tipo de história que acontece muitas vezes...
MD: E ninguém conta...
CB: Ninguém conta, fecha-se tudo em copas, é aquela coisa: a alcoviteira e a menina da cidade.
MD: É um tema que descompartimenta e rasga de certa forma alguns conceitos.
CB: Sim, porque há tabus que surgem de forma muito velada na música e aqui é abrir a janela e mostrar a toda a gente o que é que é essa menina. (...) O "Boatos" é do Jorge Cruz, que também é um graaande autor.
MD: Dos Diabo na Cruz. Que já nos habituou, aliás, a esta música alegre.
CB: É um grande letrista, um grande letrista.