22 junho 2016

Entrevista: Bernardo Barata

Bernardo Barata é o segundo a responder às perguntas lançadas pelos fãs. Fiquem a saber mais sobre a vida de estrada com Diabo na Cruz, a vida de estúdio no iá! e a vida familiar, entre outras coisas:

Porquê o baixo? Como é que começaste a tocar? Sabes tocar mais algum instrumento?
Porque mais ninguém no grupo de amigos queria tocar baixo, ahahahaha. Isto é verdade. Comecei a tocar guitarra clássica, com um professor de fado, aos 13. Peguei no baixo talvez aos 16. Toco baixo e guitarra razoavelmente. Safo-me a tocar uma ou outra coisa simples ao piano.

Quais são os teus baixistas de referência?
O que mais me fez querer tocar foi o Flea (Red Hot Chili Peppers) e o Robert Trujillo (na altura em Suicidal Tendencies e hoje em dia toca em Metallica e com quem tive o privilégio de passar alguns tempos em surfadas) e o Paul McCartney, claro.

Como reagiste quando o Jorge Cruz te convidou e falou pela primeira vez de Diabo na Cruz?
Fiquei entusiasmado mas fiquei mesmo maluco foi quando ensaiamos as primeiras vezes. Reconheci logo que estava a acontecer algo especial. Sentimos os três logo isso julgo eu.

Uma vez que foste um dos pilares de base dos Diabo na Cruz, estás por dentro do percurso, dificuldades, contornos, avanços do grupo, até ao período actual... Dado que também estás a enveredar por um percurso musical a solo, gostava que fizesses a comparação entre aquilo que é criar um projecto individual e criar uma banda em Portugal.
A maior diferença é que, pelo menos numa fase mais inicial, és só tu a "puxar a carroça". De resto suponho que não seja assim tão diferente.

Tu pareces ser o mais calmo do grupo... Quem é que da banda fica mais nervoso antes de um concerto?
Eheheheh. Por esta altura do campeonato já não há grandes nervoseiras. Pode haver um ou outro espetáculo que puxe os nervos e aí acho que vamos todos por igual.

Tens um currículo musical invejável, mas és um tipo muito discreto, mesmo quando te aventuras a solo. Nunca tiveste sede de protagonismo?
É estranho. É uma relação amor ódio a que tenho com o protagonismo. Gosto que gostem de mim e do que faço, mas, em simultâneo, gosto de me sentir de igual para igual com toda a gente. Não sei explicar isto muito bem.

De que forma é que o curso de hotelaria te ajuda na vida de estrada e a lidar com a rapaziada toda?
Mais do que o curso em si está-me no sangue agradar e tentar que as pessoas à minha volta estejam em harmonia. Gosto de pensar que contribuo para isso apenas sendo como sou.

Para além de contribuíres para o aumento da taxa de natalidade, ser pai mudou alguma coisa em ti como músico?
Com crianças não te podes dar ao luxo de ser pobre. Então tens que preocupar mais com o lado do dinheiro. Como músico, instrumentista, propriamente dito acho que não mudou nada.

Fala sobre a tua experiência de ser músico (ter de estar afastado de casa por vezes durante as tournées e muitas horas em estúdio em gravações, suponho...) e conjugar isso com uma vida familiar com várias crianças, o que naturalmente requer bastante tempo e energia!
É difícil. É uma vida por vezes algo bipolar. Alternar a calma e as rotinas familiares com o ambiente tresloucado da estrada tem dado cabelos brancos com fartura. Mas é assim. Foi sempre assim para muitos músicos que escolhem ter família.

No estúdio iá! tens trabalhado com um espectro gigante de músicos. Isso ajuda-te, de alguma forma, a saber lidar com a caldeirada de géneros e referências de Diabo na Cruz? Ou vice-versa?
O que me faz saber lidar com vários estilos de música é a bagagem musical que tenho do que ouvi a vida inteira. Tudo ajuda. Seja no estúdio com outros artistas ou com Diabo na Cruz.

Vida de estúdio vs. Vida de estrada?
Nunca tive uma sem a outra. Não é uma escolha. Se passas demasiado tempo num lado começas a perceber que tem que haver essa alternância e que tens de ir ao outro lado recuperar forças.

Se pudesses escolher um filme para fazer a banda sonora, qual seria?
Eish...! Não sei dizer um específico mas acho que gostaria de fazer um épico histórico com orquestra e afins.

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1 comentário:

Diogo disse...

surfadas com o Robert Trujillo? este Bernardo Barata é uma caixa de surpresas :D